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ODE À VIDA O AMOR

  • Foto do escritor: LABN
    LABN
  • há 4 dias
  • 4 min de leitura

Por José Marcus Rotta

As mentes sensatas – talvez até as nossas próprias mentes – costumam descrer, com altiva razão, no poder do amor.

Vemo-lo como ilusão… um ópio suave para almas frágeis.

Carregamos um preconceito invisível contra tudo o que tenta provar que o amor – e outras forças luminosas – movem o comportamento humano, moldam a personalidade, dirigem a evolução biológica, social, moral… e até os ventos da história.


Um homem de alma bela… sempre terá palavras belas a dizer.

Mas o contrário não é regra: um homem de belas palavras… não é, por obrigação, dono de uma alma bela.


Investir na vida… é apostar na transformação.

Quem ousa mudar, precisa aprender a dançar com o novo… e isso significa: enfrentar espinhos, tropeços, recomeços.

Van Gogh conheceu a miséria e a rejeição.

Um gênio das cores… mas com a alma exposta, hipersensível.

Machado de Assis… tão eloquente, tão poeta… também mergulhou no caos emocional quando perdeu a companheira de sua vida.

Ninguém atravessa um jardim… sem feridas nos pés.


Suportar… transcender… fazer das dores degraus: isso também é inteligência.

Mas poucos estão preparados para perder… para recomeçar…

Afinal, nossa educação esqueceu a alma… ensinou fórmulas… mas ignorou as emoções.

Não teste sua força nos dias de aplausos…

Mas nas noites de silêncio… quando ninguém vê…

Quando as perdas gritam… e os fracassos nos despem de tudo.


Talvez… a alma bela… a luta constante… e a emoção… sejam também aprendizagens possíveis.

E o amor… se aprende?


Talvez sim… talvez possamos aprender a amar…

Da mesma forma que aprendemos a temer, a odiar, a julgar.

Preocupação… se aprende.

Responsabilidade… também.

Dedicação… respeito… bondade… nobreza… são todas sementes que podemos plantar.


Nosso cérebro… esse jardim fértil… tem a maravilhosa capacidade da transformação.

A arte de amar… é talvez… a mais difícil de todas as artes…

A suprema expressão da inteligência.


Mas por que… tantos de nós… nunca aprendemos a amar de verdade?

Representamos o amor… encenamos gestos…

Fingimos ser amantes…

Tratamos o amor como um jogo de cena… uma dança ensaiada.


Mas nunca é tarde.

O potencial mora em cada um de nós… adormecido…

À espera do esforço… e, quase sempre… da dor.


O amor… é movimento.

É reação viva… a cada instante da vida.

É resposta… é entrega… é transformação.


Não possuímos de um ser… senão aquilo que nele tocamos e mudamos.

Quanto mais aprendemos… mais sabemos amar.


O homem… ou cresce em amor… ou lentamente… começa a morrer.

Não somos admiráveis por criar máquinas… ou dominar a ciência…

Mas porque… apesar de tudo… somos capazes de amar.


Tipos de amor? Não creio…

Intensidades, talvez…

Mas o amor… é um só.

E até a intensidade… se mal compreendida… pode ser obstáculo.


A única certeza… é a mudança.

Atitudes mudam… sentimentos mudam… desejos mudam.


Quanto você ama o seu trabalho?

Isso mede o quanto você se entrega.

Quanto você ama a sua vida?

Isso revela o quanto você investe nela.


Quem aprende a amar… será eternamente jovem…

Mesmo quando os cabelos embranquecerem.

Quem não aprende… será velho… mesmo com a pele ainda lisa.


O verdadeiro amor… o que não muda… é confiança.

A experiência parece nos dizer que só os tolos confiam…

Mas… se isso for verdade… o amor seria… a maior das loucuras.

Pois sem confiança… sem entrega… sem fé… não há amor.


Amar… é dar-se…

É lançar-se…

É esperar que o amor… floresça no outro.

O amor perfeito?

Aquele que dá… e não espera nada.


Se nada se espera… não há decepção.

O amor… só dói… quando exige.

E mesmo assim… que difícil é viver assim…

São poucos… muito poucos… os que sabem dar… sem esperar retorno.


As barreiras ao amor?

Quase todas… são nossas…

Criações da mente… desculpas elegantes… para fugir do risco de amar.


A grande verdade… é que só amaremos os outros…

Até o exato ponto em que… soubermos amar a nós mesmos.


Se o amor… não nos conduz a nós… e não conduz o outro… ao melhor de si…

Então… não é amor.

Mesmo que pareça…

Mesmo que arrebate.


O amor… precisa de liberdade.

Cada um… crescendo no amor… descobrirá sua própria direção.

O amor… é livre…

Segue seu próprio caminho…

Estabelece seu ritmo…

Faz sua dança.


Quem tenta segurar o amor… acaba apenas… se aprisionando.


O amor… não depende do outro…

É nossa maneira de sentir.

Não é só um relacionamento.

É muito mais…

Vai além…

Amadurecemos… quando começamos a amar… em vez de apenas… precisar.


Então… começamos a transbordar.

A partilhar.

A doar.


Estamos todos… na escola da vida.

Passamos por laboratórios invisíveis…

A educação… a emoção… a superação… a autoestima… o caráter…

E… o mais desafiador… o respeito incondicional.


E quando chegamos perto disso…

Estamos… finalmente… no limiar do aprendizado do amor.


O amor… é a fonte da motivação.

Tenho convicção:

Ele… tem o poder de reconfigurar nossa memória emocional…

E nos transformar… por dentro.


Quem ama… respeita o espetáculo da vida.

Quem ama… abre as janelas da mente…

E deixa o vento das ideias… soprar.


O amor… torna as pessoas… inteligentes… e arrojadas.


“… e nós… seremos amados por pouco tempo… e depois… esquecidos…

Mas o amor… o amor terá sido suficiente.

Todos os impulsos de amor… retornarão… à fonte que os gerou.

Mesmo a memória… não é necessária… para o amor.

Existe… uma terra na vida… e uma terra na morte…

E entre as duas… a ponte… é o amor.

A única sobrevivência…

O único significado.”

 
 
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